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Após críticas a Belém, chanceler alemão diz que não achou 'pão decente' em Angola

Falas de Friedrich Merz sobre Belém causaram indignação em algumas autoridades brasileiras. Reuters via BBC Depois de passar pela COP30 em Belém e de ter di...

Após críticas a Belém, chanceler alemão diz que não achou 'pão decente' em Angola
Após críticas a Belém, chanceler alemão diz que não achou 'pão decente' em Angola (Foto: Reprodução)

Falas de Friedrich Merz sobre Belém causaram indignação em algumas autoridades brasileiras. Reuters via BBC Depois de passar pela COP30 em Belém e de ter dito que jornalistas "ficaram contentes" em ir embora do Brasil, o chanceler alemão, Friedrich Merz voltou a virar notícia por mais uma gafe. Ele disse, enquanto visitava uma padaria em Hamburgo, que não achou "pão decente" em Luanda, capital de Angola. Merz esteve na cidade para participar de um encontro de cúpula da União Europeia e da União Africana, realizada com o objetivo de discutir temas de interesse dos dois continentes, que envolvem paz, segurança, governança e multilateralismo. "Quando se está no estrangeiro, percebe-se sempre o que há de especial no pão alemão. Ontem de manhã, em Luanda, no buffet do café da manhã, procurei um pedaço de pão decente e não encontrei nenhum", comentou Merz a um padeiro alemão. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Entenda histórico de gafes Depois de voltar à Alemanha após passar pela COP30, Merz comparou o Brasil com seu país durante um discurso realizado no Congresso Alemão do Comércio no dia 13 de novembro. A fala do chanceler chamou atenção pois disse que, entre os jornalistas que vieram ao país com ele, "todos ficaram contentes por termos retornado". O chanceler é conhecido por suas falas embaraçosas, que geraram mal-estar diplomático ou críticas internas. As falas acontecem no contexto do crescimento da popularidade da extrema-direita na Alemana, o que ameaça os partidos menos radicais, como Merz, e leva alguns analistas a considerar as frases um aceno a esses grupos. No final de outubro, Merz fez um comentário sobre imigrantes na Alemanha, que chamou de "problema de paisagem urbana". Ele também disse que "o ministro do Interior está ocupado a possibilitar deportações e realizando-as em larga escala". Uma semana depois, questionado por uma jornalista, se mantinha sua fala, o chanceler pediu que ela perguntasse a sua filha, se tivesse uma. "Pergunte às suas filhas, suspeito que receberá uma resposta muito clara e contundente. Não tenho nada a retirar; pelo contrário, sublinho: precisamos de mudar alguma coisa". O problema, acrescentou sem detalhar, agravar-se-ia "depois de escurecer", o que fez muitos críticos o acusarem de racismo. Em junho, o chanceler foi criticado depois de afirmar que Israel faz o "trabalho sujo" para o Ocidente ao mirar o programa nuclear iraniano. "Este é o trabalho sujo que Israel faz para todos nós", disse à emissora alemã de TV ZDF. "Só posso dizer [que temos] grande respeito pelo fato de o Exército israelense e o governo israelense terem a coragem de fazer isso", continuou. Políticos alemães rechaçaram a declaração de Merz, que foi classificada como uma mudança de tom. O chanceler foi acusado de romper com a tradição diplomática alemã, desconsidera vítimas civis e contrariar o direito internacional. Entenda o que aconteceu Merz disse que seu país era um dos "mais bonitos do mundo" e que todos os jornalistas alemães que estiveram na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, ficaram felizes de ir embora da cidade. "Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, a noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos." LEIA MAIS Conservador, pragmático e milionário: quem é Friedrich Merz 'Xenofobia' x 'Não o culpo': a reação de brasileiros nas redes à fala do chanceler alemão O discurso foi disponibilizado pelo governo alemão e publicado no site e no canal do YouTube do Congresso Alemão do Comércio. Segundo a Deutsche Welle (DW), emissora internacional pública da Alemanha, na ocasião, Merz pedia aos presentes para valorizarem o ambiente comercial próspero e livre da Alemanha. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O chanceler alemão esteve na Cúpula dos Líderes em Belém, onde participou de um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele anunciou a participação da Alemanha no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O fundo é uma das apostas do governo brasileiro em relação ao financiamento de ações para o combate às mudanças climáticas. O lançamento oficial do fundo foi feito na última semana e a expectativa do governo é de que ele possa, no longo prazo, arrecadar até US$ 125 bilhões. Merz disse que Alemanha um dos países 'mais bonitos do mundo' e nenhum jornalista queria ficar em Belém AFP via Getty